quarta-feira, 16 de março de 2011

De repente 30!


Estou as vesperas de completar 30 anos, de existência, não de consciência de consciência são ainda bem menos os meus anos. Na flor da idade percebo facilmente no meu corpo as transformações do tempo. Pra alguém que nunca foi forte, estou um pouco melhor, mas sinto que demoro muito a amadurecer. Penso, quase a todo momento, como um menino, que só quer correr, brincar e se divertir. Ter um carrinho mais bonito do que seu coleguinha, uma casinha mais legal e uma namorada mais bonita. Penso em ser alguém importante, em fazer grandes coisas, em deixar meu nome gravado na história, exatamente como meus pais um dia me disseram que se eu quisesse poderia ser até presidente. Alguns poucos momentos me trazem a realidade, por exemplo, quando chegam as contas no início e no final do mês, quando a minha rotina de 8 a 12h de trabalho por dia, naturalmente, me cansa etc., mas nada tão arrebatador quanto choque de realidade que a dor e o sofrimento causam. Não me entenda mal, com essa idade tenho pouquíssimos problemas de saúde, pra não dizer nenhum, portanto não falo da minha dor, do meu sofrimento. Falo de sofrimentos piores ou mesmo maiores do que os meus próprios, falo do sofrimento daqueles a quem amo. Só eles são capazes de me abduzir dos meus sonhos e tão abruptamente me transportarem para a realidade. Minha impotência se torna desesperadora. Minha fé... Nesses momentos as casinhas e os carrinhos mais bonitos dos meus sonhos não tem nenhuma graça ou importância, as roupas novas, as coisas legais que juntei, são lixo, ou são nada. O sofrimento daqueles a quem amo são maiores que as minhas vaidades, são maiores do que eu. Percebo que por trás de cada pessoa com a qual tão roboticamente me relaciono há uma teia de histórias, de relacionamentos, de sentimentos. Percebo que enquanto eu dormia a vida acontecia. Quero acordar.