Aos cristãos, judeus, mulçumanos,
espíritas, budistas, filósofos, moralistas, feministas, homossexuais,
cientistas, humanistas a todos aqueles que se dedicam ao combate de alguma
forma de preconceito, àqueles que lutam por algo maior do que si mesmos é chegada
a hora de, sem esquecer o nosso lugar,
esquecer nossas diferenças e nos unirmos em prol do ser humano. Enquanto
lutamos pelo nosso gueto, as praças e as ruas estão cheias de pessoas que não
são negras, nem brancas, homens, nem mulheres, adultos, idosos, crianças,
cristãos, ou ateus. Gente marginalizada, machucada, com sede, com frio, com
fome, opressa pela nossa indiferença, humilhados pelo nosso descaso, esquecidos
na vastidão e grandiosidade dos nossos problemas. Que roupa vestir, que sapato
usar, o que comer, em que escola particular meu filho vai estudar, como ganhar
mais, morar melhor, me destacar, como ser mais feliz? Como ser mais feliz... se
já vivo para mim mesmo, quando muito milito pelos meus? Para fazer mais adeptos.
Minha generosidade antes de ser pelo ser humano é pela minha bandeira, por mim
mesmo e, dessa forma, voltamos ao hedonismo de minhas preocupações originais.
Percebe?! Viver perseguindo a própria felicidade, não traz felicidade alguma,
caso contrário, como ainda não a alcançamos? Só fazemos isso o dia inteiro,
todos os dias. Coloquemos nossas bandeiras a meio mastro, há uma maior a hastear
ela diz respeito a todos nós, antes de sermos cultura, somos gente e só
progrediremos enquanto raça quando a nossa identidade ontológica for maior do
que nós mesmos.