terça-feira, 3 de abril de 2012

Meu querido leitor meu desejo é levá-lo a refletir, em algumas linhas, sobre a vida de Neemias, com base no capítulo 1 do livro que leva o seu nome no Antigo Testamento, porque penso que alguns de nós, talvez, precisem reconstruir seus muros. É possível que estejamos a viver em ruínas dos mais variados tipos: físicas, emocionais, espirituais etc., extenuados pelo sofrimento. Entregues a dor, deixamos que ela invada o nosso peito e faça ninho em nossas mentes. Alguns se revoltam contra Deus e contra aquilo que julgam ser o seu propósito para as nossas vidas - o sofrimento. Outros despejam toda a sua ira sobre as pessoas que mais os ama, nos tornamos amargos, ansiosos, inseguros, derrotados! Por isso é preciso reconstruir os muros, é preciso que os filhos de Deus se manifestem. Tenho ouvido um grande amigo, Pr Eduardo, falar sobre essa necessidade há alguns domingos em seus sermões e quem são eles, como nascem, onde vivem essas criaturas? Neemias era uma delas e seu livro nos dá algumas repostas a este respeito. 1. Os filhos de Deus são forjados no cativeiro; A despeito do que uma primeira leitura do texto pode nos levar a entender, a situação de Neemias não era assim tão melhor do que a dos seus compatriotas. Quando Jerusalém fora conquistada e destruída ele não perdeu apenas a sua casa, talvez esposa e filhos, pai e mãe, amigos, ele fora feito escravo, vítima do desterro (prática de guerra usada para desvincular o povo conquistado da sua terra natal, geralmente focada na liderança da cidade sitiada) se viu cativo no palácio do rei. Outros tantos permaneceram em Jerusalém, em situação nada confortável é verdade, mas ele além de perder tudo perde também a sua liberdade. 2. Em meio a sua própria dor eles são capazes de sentir a dor dos outros; É nesse contexto que chega a Neemias a notícia sobre Jerusalém. Em meio a sua própria dor, saudade, revolta, desespero, ele é capaz de sentir a dor dos outros. Lá no cativeiro, na escravidão ele ainda é capaz de olhar para o sofrimento de seus irmãos. Ele se mantém sensível a voz de Deus, a necessidade do próximo. 3. Quando a maioria das pessoas se recolheria a sua insignificância eles se disponibilizam, eles se manifestam; Neemias poderia pensar ou dizer: mas o que eu posso fazer?! Olhe para mim, para minha sorte, para a minha vida, sou o copeiro do rei. Todavia, Neemias se apresenta como solução para o problema, mas perceba Neemias não se apresenta para resolver o seu problema, mas como solução para o problema dos outros! 4. Eles não são autoconfiantes, arrogantes; Não porém por suas próprias forças, ou por sua sabedoria. Neemias se humilha na presença de Deus, entende que a provação pela qual está passando é fruto do seu pecado e do pecado de uma nação. Ele ora não apenas por si, mas por todo o povo. Confessa seu pecado e recebe o perdão e o favor do Senhor. Neemias irradia luz e poder na sua fraqueza, porque sua força é o Senhor!!! 1.1. Meu querido irmão eu sinceramente não conheço a sua dor, o seu problema, apesar de saber que você os têm, eu conheço os meus e para mim eles também não são pequenos. Mas eu creio que os filhos de Deus são forjados no cativeiro, em meio a dor. Eu creio que Deus tem um propósito para cada lágrima que nós derramamos, para cada ferida que em nossos corações é aberta. Ele não é leviano, nem desinteressado pelos nossos problemas, ele é Pai zeloso, mas não é superprotetor, porque sabe que isso não nos prepararia para a vida, para nos transformarmos naquilo que ele nos criou para ser. 2.1. A dor tem uma função muito importante nos propósitos de Deus ela nos torna sensíveis a sua voz, ela nos sensibiliza para o problema dos outros. Enquanto o vigor (físico e mental) nos dá uma falsa sensação de segurança, o sofrimento rasga o nosso coração. Um primeiro estágio de nosso processo de cura é perceber o problema dos outros, é tornar sensível o coração. 3.1. Quando a maioria de nós ao menor sinal de desconforto se fecha como uma ostra, se recolhe ao sofrimento, os verdadeiros filhos de Deus se manifestam! Eles são tomados pelo amor de Deus, pela sua compaixão, pelo seu amor de maneira que já não fazem aquilo que parece lógico ao mundo – resolver os seus problemas, mas se envolvem com os dos outros, com a dor do outro, porque têm a convicção de que enquanto fazem isso Deus mesmo cuida de suas vidas!!! 4.1. Isso não é possível por nós mesmos, quero dizer, com as nossas próprias forças. Ser desafiado a sentir a dor dos outros quando a nossa já parece tão grande é um desafio. Por isso eu e você precisamos ser transformados. Precisamos nos arrepender dos nossos pecados, confessa-los a Deus para enfim sermos curados pelo Senhor. Todavia, todo esse processo não se dá sem mais batalhas, sem mais lutas, sem provação. Mas o próprio Deus se torna nossa força, renascemos das cinzas, somos capazes de voar mais alto do que as águias, somos cheios do Senhor, do seu Espírito, o inferno estremece e o diabo retrocede! O nosso Deus dobra o coração de reis, dá a eles uma disposição favorável a seus servos, literalmente abre as portas do céu e derrama sobre nós bênçãos sem medida, porque o nosso Deus é um Deus maravilhoso! Reconstrua hoje os seus muros.