sábado, 19 de novembro de 2011

At. 7,25
"Pensou errado!"
Quem nunca ouviu esta expressão em meio as mais diversas elucubrações? Tipo: – Mas eu achei, pensei que você tinha dito, ou deixado! – pois é, pensou errado. Entre crianças, adolescentes e jovens eu sei, e os pais aqui presentes também sabem, que esta é uma expressão muito corriqueira. No caso do texto, essa expressão cairia muito bem a Moisés, que já não era nenhum adolescente aos 40 anos. Ele pensou que os israelitas entenderiam que Deus o estava usando para libertá-los da escravidão, mas pensou errado!
Talvez alguns estranhem o fato da história de Moisés estar sendo contada aqui em Atos, já que é o livro de Êxodo quem a ela primeiramente faz menção. Acontece que aqui ela está sendo rememorada por Estevão, como parte de sua peça de defesa no sinédrio. O ponto fulcral de seu argumento era que assim como eles (os judeus) haviam perseguido homens como Moisés eles também o perseguiriam agora. Contudo, infelizmente apesar de todo o esforço o fim de Estevão foi a morte. Ele foi brutalmente assassinado, apedrejado.
Mas voltando às memória de Estevão sobre a vida de Moisés vejamos. Em At 7, 20 Estevão diz que Moisés era um menino especial, desde cedo experimentou o agir sobrenatural de Deus em sua vida, quando foi salvo das águas do Nilo pela filha do faraó. Criado no palácio como um príncipe. Educado com os melhores estres de seu tempo, acostumado às regalias da riqueza. Até que finalmente, aos 40 anos, em pleno vigor físico e intelectual ele conclui seus estudos e resolve visitar seu povo. Nesse passeio ele vê um de seus irmãos, israelitas, maltratado por um egípcio e, em um piscar de olhos, tudo faz sentido, ele pensa - foi para esse momento que me preparei toda a vida, era isso que Deus queria para mim. Cheio de coragem e autoridade, porque pretensamente agindo sob os auspícios do Senhor,  ele se lança contra o egípcio e o mata. Imagino que ele volte para o palácio convicto de que fizera a coisa certa, afinal seus motivos foram nobres e sua intervenção autorizada pelo próprio Deus. Mas ele pensou errado. No dia seguinte, quando ele encontra novamente os israelitas e os apanha em grave desavença se ainda tinha alguma dúvida pensa - olha aí num disse, é isso que Deus realmente quer de mim, ato contínuo, repreende os brigões e para a sua surpresa e desespero é empurrado por um deles e  asperamente censurado. Moisés sente-se traído por pessoas de quem esperava gratidão.
Ele foge desprevinidamente, talvez com a roupa do corpo para o deserto. Já imaginou o que se passava no coração de Moisés naquele lugar? A confusão de suas idéias, a sua revolta com Deus? Do céu, ao inferno existencial em alguns segundos. Possivelmente Moisés tenha se sentido, injustiçado por Deus, igualzinho a você.
Meus irmãos, possivelmente, vocês estejam vivendo situações similares a de Moisés hoje. Perdidos, confusos, desapontados, ou mesmo revoltados com Deus em virtude de algum acontecimento em suas vidas, nostalgicos de momentos não tão distantes quando tudo parecia estar indo muito bem, exatamente como deveria ser. Sentiamo-nos mais perto de Deus, estavamos procurando fazer a sua vontade, academicamente satisfeitos, profissionalmente bem colocados mas, de repente, uma má escolha, uma decisão impulsiva, irrefletida tirou o nosso ‘chão’, fez com que nossos sonhos desmoronassem e se transformem em pura quimera. Uma situação que se sucedeu e uma interpretação equivoca que se fez, foram suficientes para arruinar uma vida, foram suficientes para que aqueles de quem esperávamos gratidão, grandes amigos, nos ‘virassem as costas’.
Queridos, quando tudo aparentemente vai muito bem precisamos com mais afinco nos apegarmos ao Senhor, e não nos afastarmos dele como corriqueiramente fazemos, porque o nosso coração é enganoso e a vaidade é inebriante ao ponto de nos acharmos capazes de interpretar a vontade de Deus para cada detalhe de nossas vidas, porque é justamente no nosso grito de independência do Senhor que nos tornamos vulneráveis... O curioso é que concomitantemtne, ou imediatamente após a nossa queda somos levados a questionar, por que Senhor, eu pensei que estivesse fazendo a tua vontade, agindo de acordo com o teu querer. Pensou errado.
A arrogância precede a queda, já disseram alhures. Moisés foge e vive um deserto... Mas mesmo em meio aquele turbilhão de acontecimentos, de dor, de sofrimento é possível ver a mão de Deus sobre a vida de Moisés. Deus lhe providencia uma moradia, uma família, um refúgio, no deserto. Lá ele tem seus filhos e é quebrado e refeito pelo Senhor. ???
Passados outros 40 anos Moisés tem um encontro com o Senhor em meio a hierofania da sarça ardente. E o irônico da história é que, agora sim Deus quer que ele liberte o seu povo. Como assim? Depois de todo esse tempo, agora que já sou velho, sem vigor, agora não dá mais não Senhor, é o que Moisés diz a Deus por seis vezes. Mas entenda uma coisa nessa manha meu irmão e minha Irma os planos de Deus para a sua vida são imutáveis e quem decide a hora de realizá-los não é você, é o próprio Deus, isso é mistério para nós! Uma das coisas mais valiosas que eu tenho entendido no meu ministério é que muitas coisas eu posso e preciso aprender sobre Deus, mas outras tantas por mais que eu me esforce e deseje entender são simplesmente incompreensíveis para mim, nessas coisas só nos resta obedecer. (porque os planos são mais altos e os meus caminhos mais elevados que os vossos caminhos Is 55,9) o querer e o agir de Deus muitas vezes não coicidem com os nossos.  Quatro décadas foi do que Deus precisou para trabalhar na vida de Moisés, até que ele viesse a ser o que ele foi criado para ser. Quatro décadas para se perceber sem a força e o vigor necessário para a obra. Para entender que a obra que ele ia realizar era na força do Senhor. A humildade traz lucidez, ela consegue medir a imensidao do desafio e a pequenez das nossas forças. A glória é de Deus e não nossa.
Conclusão:
1.     Se você vive um momento em que tudo vai ‘de vento em polpa’ em sua vida, amém, é benção, mas não se esqueça que isso tudo lhe é dado por Deus, não olvide dele, não confie nos seus julgamentos para tomar suas decisões;
2.     Nos momentos de dor não se volte contra Deus, pare, reflita, talvez você esteja nessa situação por sua culpa mesmo, você ‘pensou errado’
3.     Os desertos podem ser o meio do caminho (a escola) para onde Deus deseja te levar, o tempo que você vai passar nele só depende da ficha cair, Moisés 40 anos, Jesus 40 dias
4.     Os sonhos de Deus (não os nossos sonhos) não morrem e o tempo dele é diferente do nosso. Humilhem-se diante do Senhor e ele os exaltará (Tg 4, 8-10)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Holanda se arrepende de liberar drogas e prostituição


Uma amiga me enviou este excelente texto. Pena que não conheço o seu autor...
 
A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o "casamento" entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas.
 
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. "A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta. Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas.
 
Os coffee shops já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas. Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo".
 
A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou "na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas". Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.
 
E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. "O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus coffee shops, atrai 'turistas da droga' dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa", afirma a matéria de Veja.
 
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: "Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades".
 
Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto (no editorial passado, vimos o caso de Portugal), a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de "modernidade".
 
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: "A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse,
 
onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro".
 
E a Dinamarca? "Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada
pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade".
Dessa "modernidade", não precisamos - Nunca.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Na Metade do Caminho



Provavelmente, ao menos uma vez, você já me ouviu falar, ou questionar sobre o real sentido da vida. Sobre a necessidade de transcender a realidade maçante que nos rodeia e, em muitos momentos, consome. Isto, porque estou consciente de que apesar de muitos de nós nutrirmos verdadeira gratidão a Deus por tudo aquilo que ele nos tem dado, como por exemplo, um bom trabalho, capaz de prover mais do que dignamente nosso sustento, uma confortável casa, recursos para custearmos a educação e até os caprichos de nossos filhos etc, vez ou outra, uma questão nos sobrevêm: será que é só isso, foi para isto que fui criado? Algumas vezes nos sentimos até mal pela recorrência de tal pensamento, e fingimos ignorá-lo, afinal Deus tem nos dado tanto, feito tanto por nós, e por nossas famílias, que seria quase pecado alimentar essa indagação, esse sentimento. Mas não é. Todas as vezes que você se questiona nesse sentido o desejo de plenitude, que Deus plantou no seu coração está querendo germinar.
Por isso hoje, eu quero te apresentar a solução.  Não vou falar sobre as coisas elementares da fé cristã, acho que já estamos conscientes de que Jesus é o único caminho para Deus, para a salvação de nossas almas, a solução de nossos problemas, quero falar sobre a resposta específica para os momentos em que esta questão assaltar nossas mentes, a solução para nossa crise existencial, para a nossa realização pessoal – nossa vocação, a vocação de todo servo de Cristo, o serviço.
Sobre esse assunto, alguns textos me chamam a atenção, por exemplo, Tg 1, 27 “A verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo. Também no concílio de Jerusalém a instrução a nós gentios é clara .... O próprio Jesus, em Mt 25, 35-36, disse que quando vier julgar o mundo um dos critérios que utilizará será “pois eu tive fome e vocês me deram de comer; tive sede e me deram de beber; fui estrangeiro e vocês me acolheram; necessitei de roupas e vocês me vestiram; estive preso, e vocês me visitaram”. Todavia não há nada novo neste ensino (Dt 14, 29)
Perceba todos esses textos, de uma forma ou de outra, relacionam religião com atitude. Não se trata apenas de crer, confessar ou assumir uma filosofia de vida. Se trata de pratica-la de vive-la.  Mas um narrativa, em especial, chama minha atenção, Mc 7, 9-11.
9 E disse-lhes: "Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira para pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecer às suas tradições!
10 Pois Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’, e ‘quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado’.
11 Mas vocês afirmam que se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim é Corbã’, isto é, uma oferta dedicada a Deus,
12 vocês o desobrigam de qualquer dever para com seu pai ou sua mãe.
13 Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram. E fazem muitas coisas como essa".

O texto lido apresenta um duro embate entre Jesus e os fariseus. O vs 9 nos esclarece o motivo de tal conflito: os fariseus estavam sempre encontrando uma boa maneira para por de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecer as suas tradições. O que me parece muito com o que fazemos ao elaborarmos algumas boas justificativas para as nossas omissões, ou para que fiquemos sempre e apenas na metade do caminho.
vs 10 Naquele caso específico a lei de Moisés dizia: “Honra teu pai e tua mãe, quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado”.
vs 11 Mas eles afirmavam – “Não aquilo que eu deveria a meu pai e à minha mãe agora é Corbã, ou seja, uma oferta a Deus.
vs 12 E com isso acham um jeito de burlar a lei de Deus, e fazer o que bem entendiam, o que lhes era mais cômodo.
O que Jesus estava dizendo era – o mandamento de Deus é claro honra teu pai e tua mãe, por mais que isso te custe, ainda que, aparentemente, isso não valha a pena. O que Deus quer de você é uma atitude, honre-os., seja lá o que isso for ou implique.
Mas isso dá muito trabalho. Não faz sentido! Vamos fazer o seguinte: no lugar da honra que eu devia aos meus pais, vou oferecer uma oferta a Deus (corbã). Em outras palavras, eu prefiro pagar a fazer o que devo. Para não me preocupar, para não me envolver. Observe a astúcia do pensamento humano, o mandamento diz Honra teu pai e tua mãe. É um imperativo. A justificativa humana diz qualquer ajuda. E com isso já restringe honra a uma compensação financeira pela ausência, pela grosseria, pelo descaso, pela falta de honra. Entende, é isso que temos feito também com a Palavra do Senhor. Temos pensado maneiras de subjulga-la, de submete-la a nós mesmos e não de nos submetermos a ela. Temos pagado para que façam o nosso serviço. Pagado pelo nosso comodismo. Para nos eximirmos do mandamento de Deus fazemos como os fariseus, estipulamos uma compensação financeira. Algo que nos custe algum dinheiro, nada porém infungível.
vs 13 Vocês terminam por anular a palavra de Deus, por meio de suas próprias  palavras, por meio da tradição de homens e mulheres. E não param por aí, este é apenas um dos muitos exemplos!
O que Deus exigia do povo de Israel ao estabelecer o primeiro mandamento com promessa era o que Jesus exigia dos fariseus e é o que exigirá de nós: ação, serviço. Trabalhar na igreja, trabalhar para os outros não é  dar uma ajuda pra Deus, para que ele faça a sua obra. Pagar para que façam o nosso serviço, é ficar na metade do caminho. Estamos terceirizando a nossa missão! Na verdade estamos terceirizando quase tudo: o nosso relacionamento com nossos filhos, às escolas, às igrejas, aos psicólogos, pedagogos etc. O nosso relacionamentos conjugais são substituídos por terapias de casais, etc Mas o que se espera de nós é mais. Precisamos nos envolver, arregaçar as mangas e trabalhar. Deixar a nossa zona de conforto. Quando você paga por um serviço ele é feito, mas só parte da obra está completa. A obra que Deus quis realizar na vida do outro, mas parte que ele queria realizar na sua vida continua por fazer. O vazio de sua alma não foi plenamente preenchido, vc não experimentou a satisfação do Espírito de Deus em sua vida, por/no se doar aos outros, como oferta a Deus. Era isso o que o apóstolo Paulo tinha em mente quando falava de nos oferecermos como sacrifícios vivos ao Senhor em suas cartas. Este é um mistério profundo do agir de Deus. Ele é sinérgico.
Não podemos nos contentar em contribuir para missões. Ainda que historicamente estejamos fazendo isso muito bem. Devemos fazer missões, e eu louvo a Deus pela visão que esta igreja tem tido, ao apoiar nosso pastor na contratação de um Ministro Coordenador de nossa atuação missionária. Mas se nós continuarmos apenas contribuindo financeiramente com este trabalho, apenas parte da obra será realizada, ficaremos na metade do caminho. Estaremos sendo instrumentos para edificação de outras vidas e isso é louvável, mas o Senhor quer mais de nós ele quer que vc também experimente do seu amor no e através de missões, do serviço. E pra isso nem todos precisam ir à China. Há muito trabalho aqui, na Memorial, nas nossas casas etc. Nosso pastor já nos ensinou que a melhor tradução para o ide de Jesus é: e indo, fazei discípulos. Nas escolas, nos trabalhos, nas faculdades etc, fazei discípulos. Não anulemos o mandamento de Deus em nome do nosso comodismo.
Deus tem grandes planos para esta igreja, para a sua vida, nós somos ricos no sentido que Paulo se refere aos Coríntios, porque nada, nem nenhum dom nos falta, mas temos vivido como pobres espirituais e e isto porque a responsabilidade de suportamos os fardos uns dos outros e edificarmos as vidas uns dos outros com os dons que o Senhor nos Deus tem caído sobre os ombros de alguns apenas, uma pequena liderança.
O cristianismo não é apenas uma filosofia de vida, portanto não deve habitar apenas o campo de nossas idéias. A fé cristã não é um mantra, portanto um conjunto de palavras frequentemente repetidas com vistas a libertação de nossas mentes. O cristianismo é praxi vitae, é prática de vida, é serviço. A igreja não é apenas uma instituição, com CNPJ, portanto, não pode contar apenas com o trabalho de seus assalariados.
A igreja, vocÊ foi criado para o serviço. Suas instalações não foram edificadas apenas com tijolos, cimento e concreto, ela foi e continuará sendo edificada pelo sangue de Cristo derramado na cruz, também pelo sangue e suor de mártires e pelo amoroso servir de seus membros, hoje.
E não é preciso muito mais do que disposição para servir, vez que trabalho não falta. É necessário apenas descobrir onde você se encaixa. Quantos Ministros e minstérios não precisam hoje, exatamente de você. Pense no que essa igreja poderia ser, no que poderíamos fazer em Brasília, no Brasil e no mundo! O Crescer está de portas abertas.
A satisfação é garantida, porque o serviço é realizado com a plenitude de nossas possibilidades e dons. Estaremos no centro da vontade de Deus, portanto explorando e experimentando tudo aquilo que fomos criados para ser. Teremos nossas falhas e limitações supridas pelo próprio Deus. E ao final do serviço terminaremos com a convicção de que cooperamos para o avanço do Reino, cheios do Espírito, com alegria indizível, porque a medida em trabalhamos gozamos nós mesmos do fruto de nosso trabalho, além de abençoar outras vidas também! Quer entender exatamente o que tudo isso significa? Trabalhe conosco para Senhor.

terça-feira, 17 de maio de 2011

PL 122


As democracias pós-modernas vivem um momento de decisão: como conjugar o processo de laicização do Estado e a liberdade de expressão religiosa? Uma prova da veracidade dessa afirmação é o P.L. 122, em tramitação no Congresso Nacional, que prevê a criminalização da homofobia. Todavia, não é função do Estado intervir nos posicionamentos ético-morais de seus cidadãos, mas garantir a convivência pacífica dos diversos grupos que o compõe.
A institucionalização de um Estado “leigo” compreende, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão religiosa, a não intervenção e a proteção dos locais de culto. No entanto, a religião ao posicionar-se sobre questões ético-morais termina por intervir na vida do Estado. A religião atua no campo das idéias e (por isso termina por) determina(r) comportamentos.
Nos últimos tempos temos assistido tentativas, desesperadas, do Estado de tutelar questões que nada tem a ver consigo mesmo ou com o Direito, porque dizem respeito à intimidade dos indivíduos. Um bom exemplo é o uso da expressão “orientação sexual” no P.L. 122. Cabe ao Estado coibir comportamentos (inclusive) preconceituosos, não lhe cabe criar ou institucionalizar categorias de gênero, porque elas são idéias. O Estado atua sobre as ações ou omissões dos indivíduos e não sobre o que eles pensam.
Isto posto, ao posicionar-se sobre o homossexualismo a religião cumpre o seu papel, qual seja, o de formadora de opinião. Ao institucionalizar categorias de gênero o Estado deixa de gerir comportamentos e passa a gerir idéias e essa não é a sua função.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre a Lei



Ela foi guia e consciência do pecado, abolida pelo seu cumprimento por, e em Cristo (Ef. 2,14-15). Não posso negar que a essência da Lei persista, mas sua condenação e maldição certamente foram revogadas. Negar essa assertiva é negar a extensão do sacrifício de Cristo.
Na cruz ele tomou sobre si a maldição da lei fazendo-se pecado por nós.

A mensagem aos fariseus, nomistas, foi e continua sendo não a lei por ela mesma, mas por sua essência, pelo que ela veio instituir, um diagnóstico (uma consciência) e um caminho. Os padrões éticos da Lei são a sua essência. Mas devem ser observados muito além da norma pela norma, deve ser observada sua motivação. O cumprir da lei não deve ter por objetivo a isenção da pena, mas a consciência para com Deus.

Ela representava a vontade de Deus.

Porque cumprir a lei? Por amor, obediência. O cumprimento ou não da lei denunciará o meu relacionamento com seu autor.

O foco muda, não é a letra, porque a letra mata, mas a essência, o espírito, porque ele vivifica.

Nesse âmbito da letra fria da lei não há espaço para a graça. O legalista encontra “consolo e justificação” nas suas obras.

A penitência alimenta o ego, não mortifica a carne, mas vivifica-a.
Qual o papel de Cristo, se viva a Lei?

Não se pode deixar que a lei engesse nosso relacionamento com Deus.
A lei prega uma justificação fadada ao insucesso. A fé é o método do evangelho.
A morte não é gerada pelo descumprimento da lei, mas pela negação de Cristo.

A declaração de Cristo de que não viera abolir a lei e os Profetas, mas cumpri-la / A lei e os profetas apontavam para Cristo. A lei indicava o caminho (Cristo). A lei morre com Cristo. (Mt 5,17).  A lei foi revogada pelo seu cumprimento. (Mt 5,18)

terça-feira, 26 de abril de 2011

email


Recebi um email com o seguinte texto, vale a pena uma reflexão.

A filha de Billy Graham estava sendo entrevistada no Early Show e Jane Clayson perguntou a ela:
'Como é que Deus teria permitido algo horroroso assim acontecer no dia 11 de setembro?'
  Anne Graham deu uma resposta profunda e sábia:
'Eu creio que Deus ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós.
Por muitos anos temos dito para Deus não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas.
Sendo um cavalheiro como Deus é, eu creio que Ele calmamente nos deixou.
Como poderemos esperar que Deus nos dê a sua benção e a sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?'
 À vista de tantos acontecimentos recentes; ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc...
Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O'hare (que foi assassinada), se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas Americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.
Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas...
A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. E nós concordamos com esse alguém.
Logo depois o Dr.. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto estima (o filho dele se suicidou) e nós dissemos:
'Um perito nesse assunto deve saber o que está falando'.
E então concordamos com ele.
Depois alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal.
Então foi decidido que nenhum professor poderia disciplinar os alunos...(há diferença entre disciplinar e tocar).
Aí, alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem.
E nós aceitamos sem ao menos questionar.
Então foi dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade.
E nós dissemos: 'Está bem!'
Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo feminino.
E nós dissemos: 
'Está bem, isto é democracia, e eles tem o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso'.
Depois uma outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de Crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet. 
Agora nós estamos nos perguntando porque nossos filhos não têm consciência e porque não sabem distinguir o bem e o mal, o certo e o errado;
porque não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios...
Provavelmente, se nós analisarmos seriamente, iremos facilmente compreender:
nós colhemos só aquilo que semeamos!!!
Uma menina escreveu um bilhetinho para Deus: 
'Senhor, porque não salvaste aquela criança na escola?' 
A resposta dele: 
'Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!!!

quarta-feira, 16 de março de 2011

De repente 30!


Estou as vesperas de completar 30 anos, de existência, não de consciência de consciência são ainda bem menos os meus anos. Na flor da idade percebo facilmente no meu corpo as transformações do tempo. Pra alguém que nunca foi forte, estou um pouco melhor, mas sinto que demoro muito a amadurecer. Penso, quase a todo momento, como um menino, que só quer correr, brincar e se divertir. Ter um carrinho mais bonito do que seu coleguinha, uma casinha mais legal e uma namorada mais bonita. Penso em ser alguém importante, em fazer grandes coisas, em deixar meu nome gravado na história, exatamente como meus pais um dia me disseram que se eu quisesse poderia ser até presidente. Alguns poucos momentos me trazem a realidade, por exemplo, quando chegam as contas no início e no final do mês, quando a minha rotina de 8 a 12h de trabalho por dia, naturalmente, me cansa etc., mas nada tão arrebatador quanto choque de realidade que a dor e o sofrimento causam. Não me entenda mal, com essa idade tenho pouquíssimos problemas de saúde, pra não dizer nenhum, portanto não falo da minha dor, do meu sofrimento. Falo de sofrimentos piores ou mesmo maiores do que os meus próprios, falo do sofrimento daqueles a quem amo. Só eles são capazes de me abduzir dos meus sonhos e tão abruptamente me transportarem para a realidade. Minha impotência se torna desesperadora. Minha fé... Nesses momentos as casinhas e os carrinhos mais bonitos dos meus sonhos não tem nenhuma graça ou importância, as roupas novas, as coisas legais que juntei, são lixo, ou são nada. O sofrimento daqueles a quem amo são maiores que as minhas vaidades, são maiores do que eu. Percebo que por trás de cada pessoa com a qual tão roboticamente me relaciono há uma teia de histórias, de relacionamentos, de sentimentos. Percebo que enquanto eu dormia a vida acontecia. Quero acordar.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A cura do cego de Betsaida

A cura do cego de Betsaida, a mim, particularmente, chama a atenção por ser um milagre feito a prestação, isto é, em 2x. Primeiro Jesus cospe nos olhos do cego, coloca as mãos sobre eles e pergunta o que ele vê. O cego responde, tipo assim: Senhor estou vendo homens, mas eles parecem árvores. Então Jesus coloca novamente as mãos sobre os olhos dele e ele passa a enxergar claramente. Nenhum outro milagre de Jesus é feito dessa forma, ao que me pergunto pelas razões que motivaram o Mestre agir de tal maneira. Debruçando-me então sobre esse texto de 7 linhas em busca de algumas respostas, detalhes me chamam a atenção.
1.       O cego não vai até Jesus, ele é levado até o Senhor. Talvez alguém questione dizendo: claro, como poderia ir o cego até Jesus? Afinal ele não podia ver, ele não enxergava. Este se esquece de um outro cego a quem Jesus também curou, o cego Bartimeu, que vislumbrando a possibilidade do milagre gritou: “Jesus, filho de Davi tem misericórdia de mim”. Por isso, voltando ao fato de que o cego de Betsaida é levado até Jesus, quando Bartimeu grita pelo Mestre, concluo que parte da doença das pessoas está na incapacidade de se enxergarem como tal, ou seja, como doentes e, a partir daí, procurarem ajuda. Principalmente quando as doenças (ou as deficiências para ser mais fiel ao caso em apreço) não são, a princípio, fisicamente, aparentes, como a cegueira, mas são males da mente, causados por distúrbios psíquicos ou hormonais, ou os dois juntos. O que dizer da cegueira das pessoas no que diz respeito aos males da alma? Àqueles gritos mudos que nos questionam sobre o sentido da vida, sobre a morte, sobre o Criador de todas as coisas?! É possível que muitos que dizem que podem ver, estejam, na verdade, cegos para a dimensão psíquica e espiritual do sofrimento, precisando que lhes tomemos pelas mãos e os conduzamos ao Salvador, como fizeram os personagens deste texto.
2.       Jesus pegando-o pela mão o conduziu para fora do povoado. Ele não tratou daquele homem na frente das pessoas que o levaram até ele. Deus não nos expõe, ele trata dos nossos problemas particularmente, ele nos preserva, porque ele nos ama. Inspirem-se nesse exemplo, vocês lidarão com a intimidade das pessoas. O sigilo profissional deve ser guardado. São seres humanos com sentimentos, limitações e problemas, assim como eu e vocês.
3.       Jesus perguntou ao cego: estás vendo alguma coisa? O que pode nos fazer questionar o seguinte: ué, será que Jesus não sabia ou não tinha consciência do que fazia? Pelo contrário, Jesus nos ensina sobre humildade, sobre ouvir as pessoas. Vocês como profissionais da saúde não devem fazer apenas aquilo que reza a cartilha de atendimento e, com o tempo, se tornar insensíveis a dor ou ao sofrimento de seus pacientes. Interessem-se por cada caso, tratem cada um de per si, vocês devem ir além e utilizar o conhecimento que adquiriram na faculdade como dom dado por Deus para a transformação e a cura de pessoas e não apenas como profissão.
4.       Foi por ouvir o cego que Jesus não lhe deu ‘alta’, mas percebeu que ele ainda não estava curado. Já pensou se Jesus despedisse o homem vendo pessoas como árvores?! Seria mais um lidando com gente, como algo vivo, porém estático, incapaz de ver que apesar da fortaleza aparente da madeira havia uma alma e uma mente que precisavam de cuidados. Que as intempéries da vida não atingem apenas as nossas cascas, mas os nossos corações. Que as folhas não caem apenas no outono, mas que elas podem cair pelo sofrimento e pela dor. E que a beleza de seus frutos não depende exclusivamente da terra e da água, mas do toque de Deus em nossos espíritos. Sejam instrumentos de Deus para tocar e transformar vidas.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Laicização do Estado e a Liberdade de Expressão Religiosa

As democracias pós-modernas vivem um momento de decisão: como conjugar o processo de laicização do Estado e a liberdade de expressão religiosa? Uma prova da veracidade dessa afirmação é o P.L. 122, em tramitação no Congresso Nacional, que prevê a criminalização da homofobia. Todavia, não é função do Estado intervir nos posicionamentos ético-morais de seus cidadãos, mas garantir a convivência pacífica dos diversos grupos que o compõe.

A institucionalização de um Estado “leigo” compreende, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão religiosa, a não intervenção e a proteção dos locais de culto. No entanto, a religião ao posicionar-se sobre questões ético-morais termina por intervir na vida do Estado. A religião atua no campo das idéias e (por isso termina por) determina(r) comportamentos.

Nos últimos tempos temos assistido tentativas, desesperadas, do Estado de tutelar questões que nada tem a ver consigo mesmo ou com o Direito, porque dizem respeito à intimidade dos indivíduos. Um bom exemplo é o uso da expressão “orientação sexual” no P.L. 122. Cabe ao Estado coibir comportamentos (inclusive) preconceituosos, não lhe cabe criar ou institucionalizar categorias de gênero, porque elas são idéias. O Estado atua sobre as ações ou omissões dos indivíduos e não sobre o que eles pensam.

Isto posto, ao posicionar-se sobre o homossexualismo a religião cumpre o seu papel, qual seja, o de formadora de opinião. Ao institucionalizar categorias de gênero o Estado deixa de gerir comportamentos e passa a gerir idéias e essa não é a sua função.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

“Um Testemunho Entre Nós de que o Senhor é Deus”


Este foi o nome dado pelas tribos de Rúben, Gade e a metade da tribo de Manassés ao imponente altar que construíram às margens do Jordão, quando Josué os despediu para as suas terras, do outro lado do rio. (Js 22, 4.10.34). Era costume no antigo Oriente Médio que nomes extensos fossem utilizados para denominar pessoas e lugares. E O povo de Israel tinha ‘mania de altar’. 
Tomando por base apenas o livro de Josué podemos encontrar o relato da construção de, pelo menos 6 deles, e da destruição de outros tantos. Isso me trouxe a curiosidade, o que os altares escondem ou, revelam?
Todos sabemos que altares eram e, ainda hoje, continuam a ser erigidos como símbolo da devoção a uma divindade. Altares também eram construídos nos locais em que se deram as teofanias, isto é, as manifestações do sagrado. Eram lugares santos, portanto. Em qualquer dos casos eles serviam ou como símbolo ou como demarcação de um espaço qualitativamente diferente do resto do mundo, profano. Nessa linha caminharam sociólogos da religião como Durkheim em sua obra As Formas Elementares da vida Religiosa (1996) e Mircea Eliade em O Sagrado e o Profano (1992).
Mas os altares são ainda algo mais, aquele altar, especificamente, era ainda algo mais. Aquele grandioso amontoado de pedras, era um testemunho de fé. Ele serviu de prova às demais tribos de Israel e aos seus descendentes, de que mesmo estando além do Jordão (geograficamente fora da terra prometida, v. 22,27), as tribos de Rúben, Gade e a metade da tribo de Manassés também eram "povo de Deus" e, no futuro, suas gerações continuariam a adorar ao Senhor.
O altar não servia para aquele momento, apesar de selar aquele tempo. As doze tribos de Israel vinham de inúmeras batalhas e conquistas. As tribos de Rúben, de Gade e a metade da tribo de Manassés estiveram com eles durante todas elas. A memória do Êxodo, do deserto e da conquista da terra estava ainda bem viva. O momento era de paz, de regozijo, de alegria. O altar não era para aquele momento, nem para aquela geração.
O altar era para as gerações futuras. Para os momentos de difíceis. O altar era para o “dia de amanhã”, para quando a memória falhasse, para quando as provações se agigantassem e os homens mostrassem o seu furor. Para quando os israelitas não mais se lembrassem do Senhor, da sua fé comum e que, um dia, foram chamados irmãos. 
O altar era para que todos se lembrassem de que, apesar de fora de Canaã, aquela era a Terra Prometida das tribos de Rúben, Gade e da metade da tribo de Manassés, porque era a terra que o Senhor havia lhes dado por herança. Podia não ser a melhor terra, quero dizer, no melhor lugar, a mais produtiva, mas era o legado do Senhor para eles. Disto, todos as tribos e todas as gerações deveriam se lembrar.
Meus irmãos para esse ano de 2011 sinto que precisamos edificar um altar em nossos corações. Um altar que nos sirva de símbolo, de santuário, de memorial das irrefutáveis demonstrações do amor de Deus por nós. Quantas batalhas até aqui já enfrentamos, quantas vitórias, quantas bênçãos já não alcançamos? Fomos testemunhas do poder salvador, curador e restaurador do Altíssimo em nossa vidas! O momento é de paz, é de alegria, é de sonhos. O altar não é para esse tempo.
Mas, inevitavelmente, dias maus virão, dias em que os sonhos morrerão, em que a alegria se transformará em choro e desespero, quando homens maus demonstrarão a sua ira e a angústia inundará os nossos corações. Dias em que nos esqueceremos de Deus e questionaremos o seu amor. Será que Deus realmente me ama e se importa comigo, porque ele se afastou de mim? Dias de frio, dias de vazio. Para esses dias é o altar! Para os momentos de crise, de tribulação. Para as provações e desafios. Para quando o inimigo de nossas almas abrir sua boca para nos devorar. Para esses dias é o altar. Para quando questionarmos a nossa fé e o lugar que Deus nos deu por herança, a nossa Terra Prometida. Quando questionarmos a felicidade dos justos e invejarmos a prosperidade dos ímpios.
Lembremo-nos, nossa terra prometida é onde o Senhor nos colocou. É ali que ele quer que nós floresçamos e testemunhemos do seu poder. Ainda que ela não seja, a primeira vista, tão bem localizada e próspera como a do teu vizinho. Aquele foi o lugar que Deus preparou para você. Esse lugar tem as características que precisam ser trabalhadas no teu caráter, na tua vida, na tua alma, na tua fé. Por isso essa é a tua Terra Prometida, é terra da onde emanam mel e leite para você e para mais ninguém, porque é ali que o Senhor vai te quebrar, moldar e transformar naquilo que ele te criou para ser, junto com aquela terra, naquela terra! Ali nós experimentaremos a presença e o agir de Deus em nossas vidas, apesar das dificuldades, apesar das provações e da dureza de nossos corações.
Construamos hoje um altar em nossos corações e que tenha ele o nome: Um Testemunho Entre Nós de que o Senhor é Deus. E que ele nos leve sempre cativos aos braços do Altíssimo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Daniel Mastral - Filho do Fogo, Filho da Luz?

Quero começar dizendo que eu estou ciente da advertência de Mc 3.28, 29 que diz:

“Eu lhes asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhes serão perdoados, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: é culpado de pecado eterno.”
Por outro, lado penso que é nosso dever trazer tudo o que tem sido dito por Daniel Mastral a um lugar onde todos possamos dialogar em igualdade de condições, sem nos colocarmos em uma posição privilegiada alegando que, de alguma forma, tivemos visões ou revelações especiais da parte de Deus que não lhe aprouve dar a outros mortais, até mesmo porque este lugar comum é, ou deveria ser, a nossa regra de fé e prática e da onde, supostamente, saem as colocações que ele faz em seus livros.
Assim, comecemos por observar o que a Bíblia diz a respeito da maneira eleita por Deus para se revelar aos homens em nosso tempo em Hb 1.1,2:
“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo.”
Não confundamos a Revelação de Deus com os karismas concedidos a seus filhos, esses ainda persistem e os acompanharão pelos tempos.
Segundo Jesus, esse tipo de profetismo, ou seja, a revelação dos mistérios e da vontade de Deus para a humanidade, por meio de um servo escolhido, durou até João, vide Lc 16.16. “A Lei e os profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus, e todos tentam forçar sua entrada nele.”
Não que Daniel Mastral se apresente como profeta, mas na prática, o teor de sua mensagem – de despertamento da igreja para a batalha espiritual, o é. Claro, a mensagem não é nova – todos nós sabemos que ela permeia todo texto sagrado. O que nos causa espanto é a maneira peculiar como, por ele, a batalha é apresentada, vejamos:
1.    A menos que o comparemos ao João, autor do Apocalipse, essa ‘mensagem’ não é o centro de nenhum outro escrito do Novo Testamento. Paulo fala sobre batalha espiritual, sobre a armadura de Deus e sobre ter subido ao terceiro céu e ter ouvido palavras inefáveis, coisas, entretanto, que não são lícitas ao homem dizer, 2Co 12,2ss, mas estes são assuntos periféricos em suas cartas;
2.    A revelação de João não é suficiente? Por que uma nova revelação, depois de tanto tempo e com tantos novos detalhes?
3.    Não são grandezas equivalentes a se enfrentarem nessa batalha. Impossível comparar o poder de Deus com o poder de Satanás, um é Criador, o outro é criatura!
4.    Essa mensagem tem edificado a vida da igreja ou apenas causado reboliço?
5.    A ênfase da mensagem é a ação de Deus ou a ação do Diabo?
6.    Quem aparece fragilizado na mensagem é o Reino de Deus ou o Reino de Satã?
7.    Qual o espaço na narrativa destinado a demonstração do poder de Deus e qual o espaço destinado à ação de Satanás?
O texto bíblico não fala de um processo de libertação para endemoninhados. Leia os evangelhos! Quando Jesus expulsava demônios ele o fazia por meio de sua palavra, não havia vários encontros depois com a finalidade de fazer os libertos rememorarem seus pecados. A verdade liberta (Jo 8,32). Ele ainda afirma, sobre si mesmo: Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (Jo 8,36).
Os discípulos e os apóstolos também seguem o padrão de Jesus. Deus não tem interesse em ficar trazendo à tona nossa vergonha, quando ele nos perdoa ele lança fora nossas culpas e transgressões, ele perdoa e esquece. Quem perdoa e não esquece somos nós!
“Venham, vamos refletir juntos, diz o Senhor. Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão”. Is 1.18
Não há necessidade de se temer a Satanás e ficar se escondendo dele “maior é aquele que está em nós, do que o que está no mundo” (1Jo 4.4). Que servos do Altíssimo somos nós? Não seriam os filhos de Satã que deveriam se esconder de nós, haja vista o Poder de Deus que em nós habita, ou que deveria habitar?
“Temam o Senhor, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que o temem.” Sl 34.9
É claro que também não deve haver em nós uma atitude jocosa, nem dialogal com os demônios. Não foi isso que Miguel fez quando enfrentou Satanás e não vemos Jesus perguntar mais do que o nome dos demônios nos evangelhos, exceto pelo texto de Mc 5.9ss
Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: O Senhor te repreenda! Jd 1.9
João fala da necessidade de confessarmos os nossos pecados para que alcancemos o perdão, é verdade, mas não nos fala de sessões de regressão para o perdão de pecados cometidos na ignorância como Mastral faz menção em seu processo de libertação. “Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a injustiça.” 1Jo 1.9
Jesus ensinou aos fariseus que se eles fossem cegos não seriam culpados de pecado. “Se vocês fossem cegos não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece.” Lc 9.41
Paulo disse aos gálatas, aos coríntios e aos efésios:
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Gl 1:8,9

 “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloqüente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois DECIDI NADA SABER ENTRE VOCÊS, A NÃO SER JESUS CRISTO, E ESTE, CRUCIFICADO.” (destaque nosso) 1Co 2. 1e2
Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (...). Efésios 4:14,15
João nos alertou:
Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho.
Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda participa de suas más obras. 2 Jo 9-11

E Jesus nos advertiu em Mt 24 (transcrevemos apenas trechos), “e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos.” vs 11
Pois aparecerão falsos cristos e FALSOS PROFETAS QUE REALIZARÃO GRANDES SINAIS E MARAVILHAS PARA, SE POSSÍVEL, ENGANAR ATÉ OS ELEITOS. Veja que eu os avisei antecipadamente. (grifo nosso) VS 24 e 25
Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça. Jo 7:18


É mais fácil enganar dizendo uma meia verdade, do que uma mentira inteira!
Diante dessas coisas, fica para nós, no mínimo, o exemplo dos bereanos em At 17.11 “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras para VER SE TUDO ERA ASSIM MESMO.” (destaque nosso).
Que Deus nos abençoe com discernimento.