quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

LOGUS

“No princípio era Logus, e o Logus estava com Deus, e o Logus era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” Jo 1,1-4

O Logus na Grécia Antiga
Esse termo não é eminentemente cristão, ele, também, faz parte da cultura da Grécia antiga, mormente da filosofia grega, sendo utilizado por filósofos como Sócrates e Platão, por volta de 300 ou 400 a.C., na tentativa de explicar a razão universal, a razão da criação, da divindade.
Os gregos usavam o termo não apenas no tocante à palavra falada, mas também em referência a palavra ainda na mente, sem ter sido proferida – a razão. Quando a aplicavam ao universo, referiam-se ao princípio racional que governa todas as coisas.
O Logus na cultura judaica 
Os judeus por outro lado, usavam-no como meio de se referir a Deus, ou a ação criadora de Deus. De forma que aquilo que os filósofos gregos chamavam de razão universal, os judeus chamavam de Deus.
O que tem causado espanto a alguns estudiosos, no entanto, é a proximidade conceitual do Deus uno da cultura hebraica com a “Razão Universal” da erudição grega.
Tal proximidade tem levado muitos a crer que, em algum momento da história antiga, os filósofos gregos tiveram contato com os escritos hebreus, talvez, durante o cativeiro egípcio.
Se, porém, como afirma Paul Tillich, Deus é símbolo pra Deus, talvez consigamos chegar a um lugar comum nessa discussão.  O que os filósofos gregos definiram como Razão Universal, os judeus chamaram Deus.
João
O evangelista João encontra no logus uma maneira de descrever a relação entre o Deus-Pai e o Deus-Filho, empregando termos filosóficos correntes. E é isso que encontramos em Jo 1.
João se apropria de um conceito popular de sua época, para, assim, popularizar a Verdade cristã.
Para ele, o Logus realmente é a palavra, é o verbo em ação, descrevendo a razão de Deus em movimento na encarnação, o Deus-Filho, JESUS CRISTO, se fazendo homem e habitando entre nós.
Pouco tempo mais tarde, alguns pais da igreja conhecidos como apologistas percorreram caminho similar.
Para esses autores do II século d.C., o cristianismo era a única verdadeira filosofia, substituto perfeito para a filosofia dos gregos e a religião dos judeus, que não podia apresentar repostas satisfatórias às perguntas cruciais dos homens.
A teologia do Logus pode significar um primeiro esforço na tentativa de elucidar os ensinamentos cristãos com o auxílio de terminologia filosófica contemporânea. Uma tentativa de conexão entre a teologia e a ciência.

Bibliografia
W. G. KUMMEL Síntese Teológica do NT
Helmut Koester Introdução ao NT
Franklin Ferreira História da Igreja
Bíblia de Estudo NVI